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MAR
20
20 MAR 2020
Especial Mulheres que Inspiram
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Uma homenagem da Prefeitura de Aparecida ao Mês da Mulher

O amor pelo futebol faz parte do DNA de grande parte dos brasileiros. Milhões de crianças sonham em vencer e construir um futuro melhor por meio do esporte que é paixão nacional. Neste meio que lamentavelmente ainda conta com diversas situações de preconceito e machismo, as mulheres seguem em sua luta para driblar as dificuldades e conquistar o merecido espaço nos gramados espalhados pelo país.

Nilmara Alves Pinto, de 38 anos, faz parte deste grupo de mulheres determinadas e corajosas que a cada dia mostram seu talento e valor no cenário esportivo. Atual Assessora de Esportes da cidade de Aparecida e treinadora da Academia Desportiva Manthiqueira desde 2007, tem seu nome marcado na história como a primeira mulher do estado de São Paulo e a segunda do Brasil a assumir a função de técnica de um clube profissional de futebol masculino:

“Iniciei o meu trabalho na Academia Desportiva Manthiqueira, em Guaratinguetá, como  preparadora física e depois eu comecei a atuar como treinadora, posição que ocupo desde 2007. Passei no concurso de Aparecida como recepcionista, trabalhei no Centro de Saúde, na creche Balão Azul e vim para a recepção da Prefeitura. O Luiz Paulo me fez o convite para ser assessora de esporte e estou no cargo tentando fazer um pouco mais pelo esporte de Aparecida”, conta a treinadora.

Amor pelo esporte

Nascida e criada em Aparecida, Nilmara descobriu seu amor pelo esporte desde muito cedo e passou a perseguir seu sonho de atuar neste meio:

“Sou de Aparecida, nasci em Aparecida, cresci em Aparecida, fui criada aqui. Meus pais são de Minas Gerais, mas vieram cedo para cá. Esse amor pelo esporte começou desde pequena. Na minha rua,a maioria eram parentes e quando meus primos se reuniam para jogar futebol no terraço, eu sempre ficava olhando e quando faltava alguém eles me colocavam para completar os times”.

Início como treinadora

Apaixonada pelo futebol, se destacou pelo trabalho realizado ainda como preparadora física, sendo convidada, pelo presidente Dado de Oliveira, para assumir a função de treinadora. Nilmara relembra, que apesar de toda sua preparação psicológica para assumir o cargo, não imaginava que receberia tamanha atenção e repercussão na mídia:  

“Eu estava preparada para a mudança, sabia que seria diferente, mas não imaginava que seria uma repercussão tão grande. Por ser a primeira mulher no estado de São Paulo e a segunda no Brasil a comandar um time masculino de futebol, a cada semana uma emissora diferente me procurava. Tive que preparar o meu psicológico para lidar com isso”.  

Filosofia de trabalho e valores

Nilmara conta que aceitou o desafio de treinar a equipe masculina do Manthiqueira por se identificar com a filosofia de trabalho do clube e principalmente com os valores adotados pelo presidente:

“Um dos motivos para aceitar o cargo de treinadora foi pela filosofia de trabalho, porque eu já conhecia o presidente, trabalhei com ele quando era a Escolinha do São Caetano, então sabia que ele era íntegro, honesto e eu gostava da filosofia de trabalho. Resolvi aceitar porque tem a ver comigo, essa parte do jogo limpo, do fair play, porque eu acho que o futebol é uma arte. fico feliz a cada ano por ver a evolução dos jogadores, dos atletas chegando de um jeito e saindo com outra cabeça. Independentemente de se tornarem jogadores profissionais, serão grandes homens, pais de família e cidadãos honestos. Então isso a gente consegue implantar dentro do time”, detalha ela.  

Referências no futebol

A tranquilidade, seriedade e dedicação estão entre as principais marcas do trabalho de Nilmara. Além de fazerem parte de sua personalidade, tais características também surgem da inspiração em grandes nomes do futebol, como Tite e Marta:

“Eu gosto bastante do Tite, que é uma pessoa íntegra, uma pessoa qualificada. Tem também algumas jogadoras como Marta, que é uma pessoa que luta pelo futebol feminino”, revela Nilmara.

Adepta do estilo de jogo que prioriza o futebol arte, trocas de posições, movimentação e toque de bola (filosofia implantada no Manthiqueira desde sua fundação), a treinadora tem como referência a grande seleção holandesa que disputou as Copas do Mundo de 1974 e 1978, o conhecido “Carrossel Holandês”:

“Eu via muitos vídeos da seleção da Holanda, que jogava no Carrossel Holandês, então o presidente sempre procurava mostrar para nós que aquele era o estilo de jogo em que deveríamos nos inspirar. Eu procuro me inspirar um pouco nessa equipe”.

Reconhecimento e luta contra o preconceito

Ao longo de sua trajetória como técnica, Nilmara vivenciou situações marcantes, tanto do ponto vista positivo quanto do negativo, histórias que guarda em sua memória e transmite como exemplos de reconhecimento e luta contra o preconceito:

“Teve um jogo que nós jogamos contra o União Mogi, fora de casa, em que estávamos vencendo e a torcida adversária começou a gritar ‘Ão, ão, ão, Nilmara no União’, querendo que eu largasse o Manthiqueira e fosse treinar a equipe deles. Depois que acabou o jogo, a torcida me parabenizou, deu palavras de incentivo e isso foi muito gratificante. Independentemente de ser mulher ou não, eles estavam visando o trabalho”.

Ela também chama a atenção para um episódio lamentável de machismo que vivenciou durante uma partida no Campeonato Paulista:

“Quando jogamos contra o Mogi, o treinador havia falado para os jogadores dele que não aceitaria perder para uma mulher. Começamos o jogo perdendo por 2 a 0 e após o intervalo viramos e vencemos por 4 a 2. Até então eu não sabia que ele tinha dito aquilo e quando a imprensa veio me perguntar como eu me sentia vencendo depois do que o treinador deles falou, eu disse para eles que ele havia sido preconceituoso, mexeu com o psicológico dos jogadores, mas esqueceu que no campo são 11 contra 11. Então ele foi infeliz no comentário, foi preconceituoso e acabou aprendendo que uma mulher é sim capaz de comandar um time e ganhar um jogo”.

Esporte em Aparecida

Natural da cidade de Aparecida, Nilmara destaca a emoção de ter oportunidade de trabalhar diretamente pelo esporte no município e fala sobre possíveis novos projetos:  

“Fiquei feliz por receber esse convite e um dos sonhos meus é que o esporte em Aparecida volte a crescer e posamos ver as crianças praticando esporte, as pessoas mais velhas. Eu tenho o sonho de resgatar o esporte de Aparecida e agora tenho o dever de proporcionar isso para a cidade. Então vou dar o meu máximo para realizar esse trabalho. A cidade tem bastante espaço físico. Temos o EPEC na Vila Mariana, um lugar grande, um Penidão que precisamos resgatar pela história que tem, além das quadras nos bairros, que podemos resgatar. O espaço físico é muito bom e permite que façamos essas atividades”, afirma a Assessora de Esportes.

A mulher no futebol e na sociedade

Inspiração para várias mulheres que sonham em ingressar e vencer no meio do futebol, Nilmara não esconde sua felicidade pela evolução do futebol feminino e das mulheres no cenário antes dominado pelos homens:

 “Da época em que eu jogava a mudança já foi bem grande, mas a gente sabe que tem muita coisa pra mudar, muita coisa para melhorar e é muito importante que essas jogadoras venham para atrair outras mulheres e incentivar o futebol feminino no país. A mulher no meio do futebol vem para mostrar que podemos ingressar nesse meio, que não é só um espaço exclusivamente dos homens”.

Fora do mundo do futebol, ela também destaca a importância da presença feminina e do olhar diferenciado da mulher na sociedade em geral:

“A mulher é um ser humano carinhoso, dócil, gentil. Independente da área em que ela esteja atuando, é importante que a mulher esteja inserida no dia a dia, em vários trabalhos. O mundo anda tão estressante, que aquele toque feminino ajuda muito”, finaliza Nilmara.

Com a garra de uma zagueira, o talento de uma camisa 10 e a precisão de uma centroavante, inúmeras guerreiras dedicam seus esforços partida após partida para conquistar seu merecido espaço dentro e fora das quatro linhas no país do futebol.

Luis Felipe Pereira 

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