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MAR
26
26 MAR 2020
Especial Mulheres que Inspiram
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Uma homenagem da Prefeitura de Aparecida ao Mês da Mulher

Quem se depara com a sempre simpática e bem humorada “dona Lourdes” nos corredores da Prefeitura de Aparecida desconhece a força de vontade e sabedoria que a faxineira de 57 anos possui. Maria de Lourdes Amaral Barbosa é uma das principais responsáveis por manter o Paço Municipal limpo e organizado há quase 25 anos.

Segunda casa

Exemplo de dedicação, dona Lourdes possui uma longa trajetória de luta, atuando em várias funções diferentes em busca de uma vida melhor para sua família. Na Prefeitura encontrou sua segunda casa, destacando o carinho e o orgulho por realizar seu trabalho no local há mais de duas décadas:

“Trabalhei na Prefeitura de Guará, em casa de família, trabalhei em padaria também, antes de vir para cá. Eu precisava muito trabalhar, estava com criança pequena, então pedi para Deus me colocar aqui, passei no concurso e estou aqui até hoje. A Prefeitura de Aparecida se tornou minha segunda casa. Quando estou de férias, parece que está faltando alguma coisa”, conta a faxineira.

Amor pela família

Mãe de quatro filhos e avó, dona Lourdes faz da família seu principal alicerce, do qual tira forças para seguir lutando dia após dia com a mesma energia e felicidade:

“Tenho três filhos casados e um filho solteiro e todos eles moram comigo em uma espécie de condomínio. Cinco casas no mesmo terreno. Minha relação com a minha família é muito boa, graças a Deus, para tudo eles pedem a minha benção. Minha família é tudo para mim”.

Principal figura em seu ambiente familiar, dona Lourdes passou por uma dolorosa perda há pouco menos de um ano, com o falecimento do marido. Apesar da tristeza, mais uma vez mostrou sua força e sabedoria para superar o momento tão delicado:

“Meu marido faleceu em maio do ano passado. Eu sofri, mas fiquei com a consciência limpa porque fiz tudo o que pude por ele. Ele faleceu por uma parada cardíaca e depressão. Ficou um ano na cama, se alimentando somente com líquidos, por uma sonda. Nesse período, cuidei dele e dei meu máximo por ele, então tenho a consciência em paz, sabendo que fiz tudo o que estava ao meu alcance”, relembra Maria de Lourdes.

Além do amor pelos filhos e netos, a faxineira também dedica seu carinho e cuidados a seus dois cachorros, Simba e Kila, e às várias plantas presentes em sua casa, vivendo momentos que ela define como parte de uma terapia:

“Gosto muito de mexer com as minhas plantas, adoro planta, flor, acaba sendo uma terapia. Eu tenho dois cachorros o Simba e a Kila e também tinha um papagaio, o Zé, que fugiu depois que meu marido morreu, no ano passado. O Simba eu peguei há oito anos, quando abandonaram vários filhotes e eu escolhi ficar com o menor e mais fraco deles. Desde então ele está comigo”.

Coronavírus e preservação ambiental

 Responsável pela limpeza do prédio da Prefeitura de Aparecida, dona Lourdes tem plena consciência da importância de seu trabalho no combate à disseminação do Coronavírus:

“Eu tenho que me cuidar porque é um vírus e eu lido com diferentes pessoas o dia inteiro. No meu caso, eu vivo passando álcool gel, uso luva, bota e evito passar as mãos no rosto. Tenho que ter responsabilidade por mim e pelos outros, porque limpo tudo por aqui”, explica.

De forma simples, ela apresenta sua visão sobre a pandemia envolvendo a doença e deixa uma importante reflexão sobre a origem de inúmeras enfermidades do mundo moderno:

“O que está acontecendo neste mundo é tudo questão de higiene. A dengue acontece pelo acúmulo de lixo, a gripe e agora o Coronavírus também são transmitidos por falta de higiene. Se cada um fizesse sua parte, o mundo não estaria desse jeito”.

Nascida e criada na cidade de Potim, dona Lourdes compara a situação do meio ambiente na região na época de sua infância e nos dias atuais, chamando a atenção para a exploração desenfreada e a falta de cuidados do ser humano com o planeta Terra ao longo dos anos:

“Eu nasci e fui criada em Potim, sou neta de pescadores, filha de agricultores e eu cheguei a ver o Rio Paraíba limpo, um rio que tinha muitos peixes e matou a fome de muita gente. Hoje em dia está uma rede de esgoto. Nós entrávamos naquelas águas limpas de canoa e não existia dengue nem Coronavírus. Para mim é como se aquela época fosse o futuro e agora está sendo a destruição. Lá era a vida. Que futuro nós estamos vendo? Só ambição, poucos vivendo com muito e outros na miséria”, afirma ela.

A mulher na sociedade

Referência em sua casa, no trabalho e pelos lugares por onde passa, dona Lourdes faz parte do grande número de mulheres que, com gestos, atitudes e palavras, lutam por igualdade e pela merecida valorização. Ciente do atual panorama da sociedade e dos lamentáveis episódios de machismo ainda presentes, ela expressa sua opinião e projeta um cenário cada vez melhor para a mulher:

“A mulher está se tornando cada vez mais importante na sociedade. Há muitas mulheres que são guerreiras, chefes de família. Há mulheres que trabalham muito mais do que homens e ainda assim são desvalorizadas. A mulher está avançando em todas as áreas, mas infelizmente ainda vivemos em um mundo machista. A importância da mulher vem desde a maternidade e ela vai sempre tentando melhorar como esposa, como mãe, como profissional, por isso é fundamental na sociedade”, diz Maria de Lourdes.

Sempre disposta a aprender

Mais do que uma lutadora, dona Lourdes é um grande exemplo de superação e da busca pela evolução a cada dia. Aos 32 anos, pouco depois de ter seu último filho, concluiu os estudos por meio de um supletivo. Com força e determinação, dividia o tempo entre os livros, os cuidados com a casa e o trabalho, superando todos os obstáculos em busca de conhecimento.

Sempre disposta a aprender coisas novas, procura sempre se atualizar com os filhos e netos. Ativa nas redes sociais e fã de filmes e séries que contextualizam o mundo atual e o futuro, dona Lourdes impressiona por disposição e sede por conhecimento:

“Neste mundo estamos para aprender e ensinar, desde o nascimento até a morte. A cada passagem da vida você aprende uma coisa nova. Devemos sempre fazer o bem, porque a sua própria consciência vai te cobrar. Cada um faz sua própria felicidade ou pode fazer seu próprio inferno. Depende apenas de nós mesmos”.

Com toda sua simplicidade e ao mesmo tempo grande sabedoria, dona Lourdes conquista todos com sua simpatia e humildade. Para ela, o segredo para uma vida feliz é extremamente simples:

“Se puder fazer o bem, faça, se não puder, fique quieto no seu canto. Porque a lei do retorno existe e a vida cobra. Não vale a pena subir na vida às custas dos outros. Cresça por seus méritos e viva sempre feliz e alegre”.

 

Luis Felipe Pereira

Seta
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